PROJETOS
Projeto Carste
A região do Carste de Lagoa Santa, localizada no estado Minas Gerais, sudeste do Brasil, possui inestimável importância para a arqueologia, paleontologia e zoologia mundial, além de constituir um relevante patrimônio natural. O Projeto Carste atua na caracterização da fauna atual de aracnídeos, peixes, anfíbios, répteis e mamíferos da unidade territorial compreendida pela Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa e promoção da Educação Ambiental na região. Além do caráter científico e educativo, o projeto busca subsídios para o Ecoturismo, o treinamento de recursos humanos, a valorização do capital natural regional e a projeção da região do Carste de Lagoa Santa no cenário científico e conservacionista nacional e mundial.
PARCERIAS:
Laboratório de Arachnida e Myriapoda do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS
Departamento de Ecologia e Conservação, Universidade Federal de Lavras (UFLA)
PRODUTOS:
Quintela FM, Teixeira TF, Pompeu PS (2023). The ichthyofauna of streams and lakes of Lagoa Santa Karst, Minas Gerais state, Brazil, Studies on Neotropical Fauna and Environment, DOI: 10.1080/01650521.2023.2232254


Arsênio e metais pesados em compartimentos bióticos da bacia do Rio Miranda, Pantanal Sul
O Rio Miranda é um dos principais afluentes do Rio Paraguai no estado do Mato Grosso do Sul. A bacia hidrográfica do Rio Miranda possui grande importância para a pesca local (pesca artesanal e turismo de pesca) e manutenção da biodiversidade pantaneira, mas atualmente encontra-se impactado pela atividade de mineração, agricultura desenvolvida no planalto de entorno e crescimento urbano. Desde 2019 são realizados estudos sobre o status de contaminação por arsênio e metais pesados tóxicos em representantes da fauna de peixes (sobretudo espécies utilizadas para consumo humano), anfíbios e répteis da bacia do Rio Miranda. O projeto encontra-se em fase de ampliação sobre os grupos taxonômicos e sub-bacias a serem investigados.
PARCERIAS:
Laboratório de Ictiologia, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), campus Três Lagoas
Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim
Laboratório de Sistemática de Anfíbios e Répteis – Mapinguari, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
PRODUTOS:
Quintela FM, Silva FA, Correa F, Carvalho FR, Galiano D, Pires MCO, Galatti U (2024). Essential and non-essential elements levels in fish species highly consumed in the Middle Miranda River, Brazilian Pantanal. Archives of Environmental Contamination and Toxicology 86, DOI: 10.1007/s00244-024-01072-y
APOIO FINANCEIRO:
National Geographic Society
Lontra MG
As lontras possuem papel fundamental no equilíbrio entre os níveis tróficos dos ecossistemas aquáticos, contribuindo para a estrutura dos habitats e, consequentemente, para a manutenção da qualidade da água. No estado de Minas Gerais, Lontra longicaudis encontra-se ameaçada de extinção. A ausência desta espécie nas sub-bacias e bacias hidrográficas ao longo de sua área de ocorrência natural poderá ocasionar sérios distúrbios aos sistemas aquáticos, comprometendo sua qualidade ambiental. Nesse sentido, o presente projeto tem como objetivo promover estudos e ações para a conservação de Lontra longicaudis em Minas Gerais. Serão avaliados a distribuição atual e pretérita da espécie no estado, conflitos com a pesca e a piscicultura, e o nível de exposição da espécie a metais pesados e metaloides tóxicos. Serão também promovidas palestras com enfoque na importância ecológica de Lontra longicaudis e de sua conservação. Outros instrumentos de Educação Ambiental a serem aplicados são a elaboração e distribuição de material gráfico contendo informações sobre a biologia e ecologia da espécie, além de indicações de medidas para a conservação da espécie. Espera-se que o presente projeto, por meio da parceria entre instituição científica e empresa privada de ampla visão e responsabilidade socioambiental, possa colaborar efetivamente para a conservação de Lontra longicaudis em Minas Gerais, contribuindo dessa forma para a qualidade ambiental de importantes seguimentos das bacias hidrográficas do estado.
PRODUTOS:
Quintela FM, Pinheiro, RM, Sokefun O (2021). On the occurrence of the Neotropical otter (Lontra longicaudis Olfers, 1818) in the Environmental Protection Area of Lagoa Santa Karst and surroundings, Southeastern Brazil. IUCN Otter Specialist Group Bulletin 38 (5): 292 – 299.


Projeto Nascentes
Lagoa Santa, assim, como os demais municípios do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, vem experimentando um rápido crescimento de sua malha urbana, o que representa um potencial risco à integridade e qualidade dos recursos hídricos superficiais. As nascentes são importantes recursos hídricos superficiais, amplamente protegidos pela legislação federal brasileira. Nesse sentido, o presente projeto propõe o inventariamento, georreferenciamento e caracterização das nascentes de Lagoa Santa, como uma medida protetiva sobre suas respectivas unidades territoriais. É proposta a contextualização espacial e avaliação do grau de preservação das nascentes pelo método Índice de Impacto Ambiental de Nascentes (IIAN). Ao final dos trabalhos de campo serão gerados documento técnico e mapa de alta resolução com indicação e base de dados sobre todas as nascentes identificadas. Estes documentos servirão como base de consultas para o ordenamento de expansão urbana e empreendimentos, atividades de Educação Ambiental e futuros estudos sobre qualidade da água, hidrogeologia e outros aspectos das nascentes ocorrentes no município de Lagoa Santa.
Ecotoxicologia de Compartimentos Bióticos do Carste de Lagoa Santa
O Carte de Lagoa Santa é uma unidade geomorfológica de grande importância para a conservação da biodiversidade da zona de transição Cerrado/Floresta Atlântica no estado de Minas Gerais. No entanto, os ecossistemas do Carste estão suscetíveis à contaminação por elementos e compostos tóxicos oriundos dos processos de mineração, agricultura, indústrias e crescimento urbano. Nesse sentido, o presente projeto busca avaliar a contaminação por esses poluentes em compartimentos biológicos (peixes, anfíbios, répteis e outros organismos/matrizes) no Carste de Lagoa Santa. Dados sobre concentrações de arsênio e metais pesados foram obtidos em espécies de serpentes e em breve estarão disponíveis para consulta.
PARCERIA:
Laboratório de Toxicologia, Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
PRODUTOS:
Quintela FM, Costa PG, Bianchini A (2024). Arsenic and metal levels in snake tissues from Lagoa Santa Karst, Brazil. Environmental Toxicology and Pollution Research 31 50243–50260, DOI: 10.1007/s11356-024-34518-w


Cerrado de Paracatu: biodiversidade e injustiça socioambiental
O Cerrado é um bioma megadiverso e abriga as nascente e baixo/médio curso de importantes bacias hidrográficas brasileiras. Paralelamente, esse é o bioma onde se verificam as maiores taxas de desmatamento atualmente, principalmente em função da expansão do agronegócio. Em Minas Gerais, outro fator agravante é a presença massiva de mineradoras. Paracatu é uma região que abriga remanescentes expressivos de ecossistemas de Cerrado no noroeste de Minas Gerais. A região é impactada por mineradoras, sendo conhecidos os altos níveis de arsênio em matrizes procedentes da população local. O Projeto ‘Cerrado de Paracatu: biodiversidade e injustiça socioambiental’ realiza amostragens sobre grupos zoológicos (peixes, anfíbios e mamíferos) para investigações taxonômicas e análises de contaminantes (com principal enfoque em arsênio). Outra abordagem consiste na produção de storytelling sobre as injustiças socioambientais locais