Mudança climática, desigualdade social e a transição para uma economia verde, são temas presentes no SDGs in Brazil
Nos dias 19 e 20 de setembro, a sede das Nações Unidas, em Nova York, recebe o maior encontro de sustentabilidade corporativa do mundo, o SDGs (Sustainable Development Goals ou Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) in Brazil. Realizado pela rede brasileira do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas), no Delegates Dining Room, o evento reúne centenas de altas lideranças para reuniões, conversas e a construção de redes em torno dos temas de meio ambiente, direitos humanos, trabalho, integridade e finanças.
Com a crescente visibilidade internacional do Brasil, impulsionada por sua presidência no G20, COP30 e BRICS, o evento reforça o protagonismo do país, evidenciando o compromisso do setor empresarial brasileiro com o futuro sustentável do planeta.
Estarão também sendo discutidos no evento os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) que são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
O Brasil inclusive lançou o ODS 18 sobre igualdade étnico-racial, uma iniciativa voluntária do país para colocar o combate ao racismo no centro dos esforços para o desenvolvimento sustentável e para o alcance da Agenda 2030.
SDGs in Brazil 2024
Com foco em temas urgentes como a mudança climática, desigualdade social e a transição para uma economia verde, o SDGs in Brazil se destaca como um dos principais palcos para avaliar o progresso dessas metas no contexto latino-americano.
As expectativas são altas, especialmente em um momento de crescentes desafios socioeconômicos, ambientais e globais.

Segundo informações do Pacto Global, em 2023 houve um aumento de 68% no número de empresas comprometidas com os movimentos da estratégia Ambição 2030, na rede brasileira.
O crescimento reflete o interesse crescente do setor privado em acelerar as metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas pela agenda da ONU. Empresas de diversos setores estão aderindo a iniciativas voltadas para promover práticas sustentáveis, combater a desigualdade e mitigar os impactos da mudança climática, impulsionando a transformação socioambiental no Brasil.
O Pacto Global da ONU, Rede Brasil, demonstrou seu compromisso com a sustentabilidade ao compensar as emissões de carbono geradas pelas viagens de seus integrantes de São Paulo – Nova York – São Paulo. A ação se deu através do plantio de árvores nativas da Mata Atlântica.
Janaína Storfe, Especialista em ESG da BeFly, desempenhou um papel fundamental ao gerenciar as ações de compensação dos representantes do Pacto Global e da BeFly no evento, em parceria com a Ecooar. Essas iniciativas estão em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, promovendo a responsabilidade ambiental e visando as práticas sustentáveis.

A delegação brasileira, liderada por Carlo Linkevieius Pereira, CEO do Pacto Global da ONU, Rede Brasil, contou com a presença de oito representantes brasileiros. Eles participam de importantes discussões durante o SDGs in Brazil, reforçando o compromisso de encontrar formas de como enfrentar os grandes desafios mundiais em relação ao meio ambiente e propor soluções práticas.
O reflorestamento, realizado pela Ecooar, ocorreu em uma área preservada no interior de São Paulo, mantida pela BeFly, o maior ecossistema de viagens da América Latina, presente no evento através das representantes Andrea Panisset (Head de Marca e ESG), Manuela Bernardes Nolli Souza (Director Flytour Global Business Travel) e Renata Maluf (Diretora de MKT e ESG). Sobre essa ação Andrea Panisset comentou:
“Desde de 2022, quando nos tornamos signatários do Pacto Global, estruturamos a nossa equipe de ESG da BeFly e nos comprometemos a sermos impulsionadores desse tema dentro do turismo, incentivando diálogos, e, principalmente, colocando em prática as iniciativas em prol da sustentabilidade. Desde então a Ecooar tem sido um parceiro fundamental, que acredita, apoia e possibilita que a BeFly viabilize a sua meta e compromisso com o Net zero da ONU. Estar esse ano no SDGs com a Flytour, uma das marcas do nosso ecossistema e líder nacional em Business Travel, consolida o nosso forte posicionamento com essa frente e o nosso compromisso em atender de forma completa as necessidades dos nossos clientes. Afirma, Andrea Panisset, head de marca e ESG da BeFly”, afirma Andrea.

A iniciativa reflete o compromisso crescente das empresas brasileiras em adotar práticas sustentáveis, alinhadas com as metas globais de combate às mudanças climáticas e preservação ambiental.
Debater quais estratégias podem acelerar a transição para uma economia de baixo carbono, priorizando energia renovável, inovação tecnológica e práticas sustentáveis são fundamentais.
Presenças no SDGs in Brazil
O evento teve a abertura realizada pelo CEO do Pacto Global da ONU – Rede Brasil Carlo Pereira; a presidente do Conselho de Administração da rede brasileira do Pacto Global da ONU, Rachel Maia; e a Secretária-geral Adjunta do Pacto Global das Nações Unidas, Sanda Ojiambo.

Paulo Vieira, ligado a questões sociais, é o responsável por apresentar discussões e palestras sobre temas de importância mundial, como crise climática, tecnologia e democracia, diversidade e inclusão.
“Poder usar a minha voz e imagem para o bem da minha comunidade é, sem dúvida, a melhor coisa de ser uma pessoa pública. Todas as minhas escolhas artísticas são baseadas no que eu acredito, tentando desenhar no meu caminho aquilo que eu sonho para o mundo. Ser inspiração é uma honra”, disse ele.

Fabio Lecci, CEO da Ecooar esteve com Carlo Linkevieius Pereira, que comentou a importância de compensar os voos de todos da equipe Pacto Global, neste evento da ONU.
“Essa compensação é muito importante e extremamente necessária, pois os impactos gerados por conta dos voos que trouxeram nossa equipe aqui, são de cerca de 80% a 90% do problema. Até para que sejamos coerentes em nosso discurso, assim como para qualquer instituição do mundo corporativo, todos precisam reduzir e compensar suas emissões”, completou Carlo.

Além deles também estiveram presentes Sergio França Danese, escritor e diplomata brasileiro, que desde 2023 assumiu o cargo de representante do Brasil na Organização das Nações Unidas e Georg Kell, fundador do Pacto Global da ONU, que aproveitou o momento para desejar boas vindas e comentar sobre os desafios do Pacto Global.

Nascido na Alemanha, Georg dedicou sua trajetória profissional ao diálogo entre a ONU e o setor privado. Economista de formação e ex-pesquisador e analista financeiro, foi um dos principais arquitetos do Pacto Global em 2000, ao lado do então secretário-geral Kofi Annan e de líderes como John Ruggie. Desde então, vem indicando o Pacto Global com a maior iniciativa do mundo para a responsabilidade corporativa.
Alguns dos temas presentes no SDGs in Brazil
Com mais de 800 participantes esperados, incluindo líderes empresariais, governamentais e da sociedade civil, a edição 2024 reflete o peso crescente dos temas ambientais e sociais no planejamento econômico e político global. Um dos destaques é a discussão sobre saúde e resiliência climática, que contou com a presença de médicos e de representantes da Escola de Saúde Pública de Harvard.
O painel abordou como gerir sistemas de saúde à luz das mudanças climáticas, ressaltando o papel central que a saúde desempenha na construção de resiliência diante de crises ambientais e desastres naturais.

Outro ponto alto do evento é o painel focado na bioeconomia e inovação na Amazônia, tema que tem ganhado cada vez mais relevância na pauta global a pouco mais de um ano da COP30, que será realizada em Belém, Pará. Inclusive, serão destinados cerca de 1.3 bilhões de reais em doações da Itaipu Binacional para a realização do evento.
A floresta amazônica, crucial para a regulação do clima global, se tornou um epicentro de debates sobre soluções sustentáveis que conciliem a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico da região. A ideia central é criar uma ponte entre capital de investimento e as iniciativas inovadoras que promovem a sustentabilidade na Amazônia.

O Relatório Ambição 2030 destacou o progresso dos dez grandes Movimentos criados para acelerar o cumprimento dos objetivos propostos. A ambição é clara: tornar palpáveis e mensuráveis os avanços rumo a um mundo mais justo, inclusivo e ambientalmente equilibrado até o final da década.
Contudo, apesar dos progressos documentados, o relatório também aponta para a necessidade de acelerar os esforços para alcançar os compromissos firmados.

Outro ponto de destaque na conferência foi a crescente atenção à chamada agenda “anti-woke”, que se opõe a uma série de causas sociais e ambientais. Essa agenda rejeita os avanços recentes em questões LGBTQIA+, igualdade de gênero e raça, e políticas ambientais voltadas à mitigação da crise climática.
No Brasil, esse discurso ganhou força em setores políticos e da sociedade civil, ecoando uma tendência global que busca reverter ou limitar avanços em direitos sociais conquistados nos últimos anos.

Margarete Coelho, Diretora do Sebrae, destacou os desafios enfrentados pela comunidade GLBTQIA+ para acessar créditos e empreender. Ela ressaltou que, apesar dos avanços, ainda há barreiras significativas que dificultam o desenvolvimento de negócios inclusivos e a criação de empregos para essa população.
Margarete enfatizou a importância de políticas públicas e iniciativas de apoio que promovam oportunidades equitativas, permitindo que empreendedores da comunidade tenham mais acesso a crédito e consigam gerar impactos positivos na economia e na sociedade. Conheça aqui a ação de reflorestamento que a Ecooar realizou para o Prêmio Gaia, do Sebrae/MG.

Jay Boggo é um artista multifacetado cujo trabalho abrange uma variedade de disciplinas, artes plásticas visuais e design de mobiliário. Ele também esteve presente no evento SDGs in Brazil para apresentar o Projeto Palace, onde trabalha como designer. O projeto fortalece a cultura arquitetônica de comunidades ribeirinhas, buscando a ancestralidade dos povos da Amazônia, focado nas maneiras de como eles extraem da natureza somente o que precisam.
O evento também contou com a presença do ator, diretor, apresentador e escritor Lázaro Ramos, que comentou sobre o tema ‘Como comunicar o que para alguns parece invisível’. Em suas próprias experiências, ele disse que no início, quando trabalhava com um grupo de teatro, buscava sempre dar atenção as questões sociais, entendendo e aprofundando-se cada vez mais sobre o tema racismo.
E disse que o “racismo ambiental é a degradação do meio ambiente nas regiões mais pobres, é a enchente derrubando barracos, de uma parcela da população marcada pela falta de recursos. Importante dizer que 46% da população global vive sem acesso a saneamento básico”, disse.

Lázaro falou que “a urgência climática também está aqui, no agora”, explicando que a sustentabilidade corporativa é importante.
“Olha só, ao adotar práticas sustentáveis, as empresas não apenas ajudam o meio ambiente, mas também reduzem custos operacionais no médio e longo prazo. Através de processos eficientes de gestão ambiental, elas minimizam desperdícios e otimizam o uso de recursos, promovendo eficiência operacional e financeira”, completou.
Também esteve presente no evento a skatista brasileira Rayssa Leal, que conquistou a medalha de bronze no skate street, dos Jogos de Paris neste ano. “Chegam muitas mães de meninas, e falam ‘eu deixei minha filha andar de skate porque eu te vi na Olimpíada de Tóquio, eu achei isso demais e ela quer andar de skate, e eu vou incentivar, porque eu vi que isso é incrível’. Então, eu acho que isso não serve só para o meu esporte, acho que serve em geral, tanto na ginástica, tênis”, disse Rayssa, para Aline Midlej, jornalista e apresentadora.

Ela também comentou sobre o que aconteceu na Olimpíada deste ano, onde a grande maioria das medalhas foram conquistadas por mulheres empoderadas, como Bia Souza, Rebeca Andrade e muitas.
Durante o evento o Ministro Luiz Roberto Barroso, Presidente do Supremo Tribunal Federal, falou sobre ‘Desenvolvimento Sustentável e Novas Tecnologias’. Ele disse que o órgão irá plantar cerca de 5.500 árvores, em um bosque próximo ao Supremo, para compensar certa de seus 10% dos impactos.

O ministro afirmou que o compromisso, realizado no mês agosto entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, visa impulsionar a agenda ambiental e climática, além de estabelecer um novo caminho para o desenvolvimento econômico do país.

Pacto Global Brasil: a rede que mais cresce
O Pacto Global das Nações Unida possui mais de 20 mil participantes distribuídos em 62 redes que cobrem 77 países. A Rede Brasil é a rede que mais cresce no mundo, e já conta com mais de 2 mil signatários no país. Além dos Movimentos, o Pacto Global da ONU também apresentará ao público a plataforma Observatório 2030, que monitorará os compromissos públicos assumidos pelas empresas.
Neste momento de tanta instabilidade climática a compensação das emissões geradas pela viagem dos integrantes a Nova York demonstra a responsabilidade da Organização das Nações Unidas em dar o exemplo a ser seguido pelo mundo corporativo demonstrando que sim, é possível ter condutas sustentáveis em todos os sentidos.
Saiba mais: Confira aqui a programação completa do SDGs in Brazil 2024

Deseja compensar suas emissões? Entre em contato via WhatsApp.